Eu sei que esse não é o momento apropriado (ou politicamente correto) pra apontar o dedo para qualquer família que perdeu seus entes queridos de forma abrupta ou que se encontra em dificuldades financeiras para arcar com tratamentos médicos de alguém que subitamente teve sua vida virada do avesso por conta de um mal súbito.
Mas é impossível deixar de pensar que, mais uma vez, por conta de tais acontecimentos, quem sobrevive a uma história de morte como foi o caso recente de uma criança cujos pais perderam a vida num acidente de carro aqui na cidade onde moro, ou uma família inteira cujo pai teve um problema sério de saúde e teve que ser hospitalizado, além da tristeza imensa, da noite para o dia essas pessoas passaram a enfrentar tantas incertezas e inseguranças, além de se verem forçadas a pedir ajuda financeira aos amigos e às vezes até a quem nem conhecem.
Quando penso nisso tudo, me pergunto: por que nossas prioridades de consumo nem sempre incluem SEGURO? Qualquer tipo de Seguro. Por que determinados seguros são tão obviamente importantes mas tão ignorados que o estado acaba por torná-los obrigatórios? Eu sei, claro, senão quem acaba pagando é o estado. Mas por que achamos normal pagarmos 100, 200 ou mais dólares por uma bolsa, por um sapato, por um jantar num restaurante, por um celular, um tablet para o nosso filho, um cruzeiro, mas achamos o valor de um seguro de vida “um absurdo” de caro e acabamos adiando a decisão de comprar um que ampare nossos entes queridos de alguma forma? Por que agimos assim?
Por que achamos que o acidente que matou o vizinho não pode se repetir conosco? Que o AVC que deixou nosso amigo jovem paralisado, não pode nos atingir? E por que achamos que se morrermos ou ficarmos inválidos, quem está à nossa volta vai conseguir arrecadar doações digitais da noite pro dia pelo GoFundMe, entre outros?
OK, você não tem nenhum daqueles gastos com supérfluos. Mas você pelo menos abre mão de comprar aquela pizza semanal em benefício da compra de um seguro mínimo para amparar sua família? Se não o faz, pense nisso. Pare de dizer que “isso é muito caro” para o que não quer gastar e “isso é baratinho” para aquilo que você adora comprar.
Meu recado é pra você que está aí, vivinho da Silva, sentado no sofá assistindo TV mas que daqui a pouco vai pegar o carro e dirigir na auto estrada e responder aquela mensagem de texto ao mesmo tempo, porque você não pode esperar ou parar o carro. Ou pra você que hoje não vai deixar de comer aquela picanha cheia de gordura que pode comprometer suas artérias e fazer com que você tenha um ataque cardíaco. Olhe à sua volta e pense em quem vai ter que arcar com as despesas que você mesmo vai provocar por achar que “amanhã” vai poder cuidar disso. Só que esse amanhã nunca chega.
Em tempo: não sou vendedora de Seguros, mas aprendi a apreciar quem é, por saber o grau de rejeição que esses profissionais certamente enfrentam para conseguir vender esse tal “produto”.
Esse texto foi publicado originalmente aqui (Link), porém nunca é demais tocar nesse assunto.