Todas as manhãs ao acordar, ele tinha um pensamento recorrente: “como enfrentarei o dia de hoje?”
Aquela manhã era um pouco diferente. Ele levantou cedo para caminhar na praia e começou a observar aquelas conchinhas tão desiguais, tentando imaginar como elas chegaram até ali. Começou a pensar na vida, em como ele tinha conseguido chegar naquela praia e o que seria necessário fazer para mudar o rumo daquela caminhada.
Começou a se perguntar: “Como devo reagir, já que tenho dificuldade para dizer um “não”, para recusar uma proposta que no íntimo sei que não é a melhor pra mim, para lidar com o ego de pessoas cuja personalidade considero dominante, ou para mudar minha personalidade tão subserviente sempre que aceito ser manipulado?”
Seguiu caminhando, repetindo essas e outras questões, buscando uma resposta de dentro de si mesmo. Eis que a resposta veio em forma de pergunta e com toda a força da sua obviedade:
“Quando você tem duas conchas, uma em cada mão, você decide que vai levar consigo a que tem o formato perfeito, as cores mais belas, para decorar uma peça de artesanato ou a concha quebrada, de cores pálidas e formato irregular, cujas pontas são tão afiadas que podem ferir seus pés? Você consegue facilmente descartar a concha quebrada?”
Então, se pra você é tão fácil identificar o que pode ser guardado e o que deve ser descartado, o que te impede de tomar essa mesma decisão para realizar seus sonhos de felicidade? Afinal, ao agir de forma contrária, você só estará correndo o risco de se machucar bem mais seriamente do que em virtude de um simples ferimento causado por uma concha quebrada …